terça-feira, 13 de outubro de 2015
O tempo e seus feitiços...
Diante das transformações da minha vida nos últimos meses e dias, tenho pensado muito em Octavio Paz e trechos de "O Arco e a Lira". Vou ler, reler e internalizar para entender como o tempo passou e, de repente, se reencontrou. Obrigada, tempo!
“O tempo não está fora de nós, nem é algo que passa diante dos nossos olhos como os ponteiros do relógio: nós somos o tempo, não são os anos que passam, mas nós que passamos. O tempo possui uma direção, um sentido, porque ele é nós mesmos.
O ritmo realiza uma operação contrária à de relógios e calendários: o tempo deixa de ser medida abstrata e volta a ser o que é: algo concreto e dotado de uma direção. Contínuo emanar, perpétuo ir além, o tempo é um permanente transcender-se. [...]
O tempo [...] destroi-se e, ao se destruir, repete-se, mas cada repetição é uma mudança. Sempre o mesmo e a negação só mesmo. Assim, nunca é apenas medida, sucessão vazia. Quando o ritmo se desdobra à nossa frente, algo passa com ele: nós mesmos. No ritmo há um “ir para” que só pode ser elucidado se, ao mesmo tempo, se elucida o que somos nós. […]"
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