Terminei de ler esta semana o livro "A Viagem do Elefante", do
Saramago, e recebo agora a comunicação da Cia. das Letras com o lançamento de "Caim". Não há tempo que me valha para tudo que eu quero ler...
Em seu novo livro, Saramago reconta episódios do Velho Testamento sob o
ponto de vista polêmico de Caim. Depois de assassinar o irmão, ele faz um
acordo com Deus e ruma em direção a cidades decadentes, estábulos, campos de
batalha, enfim o submundo dos primórdios da humanidade.
Em "A Viagem do Elefante" ele conta em um conto, não romance, a trajetória lenta de um elefante e a comitiva real de Portugal à Hungria. Como é comum em narrativas em que o personagem principal é um animal - "O Burrinho Pedrês", do Guimarães Rosa, por exemplo, que eu adoro e já citei aqui outras vezes -, o elefante aparece humanizado em muitas situações.
Passa por herói, é milagreiro, tem mais poder de decisão que o rei ou o
imperador, por exemplo, para determinar quando o comboio segue ou deve dormir
porque sua saúde é o mais relevante neste caminho...
Não é nem de longe o melhor livro do português, mas é sempre algo acima
da média dos amigos que estão por aí ganhando prêmios... e é além da média
especialmente nos momentos em que ele ironiza a capacidade intelectual do rei
de Portugal.
Eu ia terminar o post com alguns trechos do livro - presente de
aniversário do Zé Eduardo, que me deu os melhores livros que eu li nos últimos
anos -, mas eu o esqueci em casa, minha nova casa, que alegria!!
Então, fico devendo uns trechos que eu risquei no papel para, de vez em
quando, voltar a ler... riscos nas páginas do livro... algo que o Zé Eduardo
odeia e não entende...
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