sábado, 29 de março de 2014

Lições de vida em "A Tartaruga e a Boneca"

A literatura infantil é algo que eu amo, em que eu acredito e defendo. Adoro livros infantis e leio-os sempre que posso. É o começo de tudo. Nenhum adulto - poucos, talvez com muita sorte - será um leitor assíduo se não tiver um histórico de contato com os livros desde a infância. São eles que despertam a criança para a magia das histórias contadas por palavras em conjunto com belas imagens.

Tenho alguns livros preferidos, que considerava imbatíveis e um deles traz uma lição muito importante para qualquer pessoa, em qualquer fase de sua vida: é preciso estar atento aos sinais que vida nos dá. Muitas vezes, a felicidade está tão próxima, mas nos fechamos os olhos e a ignoramos. 


E, por acaso, foi o que aconteceu comigo e o livro "A tartaruga e a boneca" (Marcia Leite/Flavio Fargas). Ele ficou na pilha de novos livros para ler por um ano. Não sei porque não havia lido antes e não sei porque li, em meio a tantos outros disponíveis.
Tenho pra mim que um bom livro infantil começa na apresentação de seus autores. A descrição que cada um faz de si já indica a qualidade do conteúdo. Este não foge à minha regra.

O livro publicado pela editora mineira Autêntica, que tem um histórico de boas publicações - quem gosta de turismo, belas imagens e culinária regional, por exemplo, tem de ver "Do doce ao sal” - conta a história de uma boneca que cai no mar durante um passeio de barco com a sua dona. Uma grande tartaruga a encontra. Além de evitar que ela se machuque, a tartaruga sai com ela em busca daqueles que a perderam.

Anos e anos se passam e a boneca continua alimentando a esperança de reencontrar sua menina e voltar a ser feliz. Ela está desgastada pela ação do tempo, a tartaruga já não tem mais a mesma agilidade - se é que se pode dizer assim -, mas ela não desiste. Até que um dia, algo a faz entender que sua verdadeira dona é outra, há muito tempo.

Nestas buscas, a história mostra de forma metafórica e muito delicada como dois seres completamente diferentes podem viver uma relação de harmonia, amor, amizade e companheirismo se não houver pré-julgamentos, preconceito e falta de respeito.

Os tons das ilustrações tornam a narrativa ainda mais suave e envolvente. Não há quem não queira estar lá, em alto mar ou à beira-mar, com a tartaruga e a boneca, longe da vida de encontros e desencontros e pessoas estranhas.

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