Esta semana estou mais implicante que o normal. Pode ser um pouco de TPM, projetos que fogem ao meu controle, a vida que não anda conforme o planejado, um pouco de tudo isso. Pode, mas não é. A razão da minha implicância sem fim é o maldito Carnaval.
Nunca gostei dessa festa popular. Não que eu tenha traumas de infância. Não, ninguém me vestiu de Batman pra matinê em Rincão quando eu tinha 10 anos. Mas tudo nele me incomoda.
Hoje, tenho menos a reclamar, já que contei com a benevolência da minha chefe e de uma amiga para não ter que trabalhar nesta data. Não é possível descrever o tamanho do meu mau humor nas madrugas de social nos clubes da cidade ou as noites acompanhando o desfile das escolas de Araraquara, com ou sem chuva. É inigualável.
Pra mim, o Carnaval é uma grande oportunidade pras pessoas perderem a noção e exporem toda a animalidade de seus espíritos. Bebem até morrer ou matar alguém, as brigas e desentendimento triplicam, a música é de mal gosto, as roupas são piores. E as pessoas acreditam que tudo é permitido porque é carnaval. Pode-se usar drogas ilícitas como se a rua fosse o quintal da sua casa, fazer sexo em espaços públicos, se insinuar para a mulher do outro como ele não existisse, burlar regras de trânsito além do que já se faz no dia-a-dia, urinar na porta da casa alheia.
Ontem à noite, no desfile das escolas de samba de São Paulo a primeira imagem que vejo é de uma passista que sabe sambar tanto quanto eu, não conhecia o samba-enredo da escola que tinha a intenção de defende, não deve saber pra que lado da cidade fica Itaquera e jamais irá se dignar em chegar lá. Mas ela era a rainha da bateria e estava lá esbanjando seus grandes atributos: peitos duros e mamilos perfeitos, todos bem à mostra, se esfregando nas lentes das câmeras.
Hoje ao meio-dia, no mercado, quem passou a madrugada no embalo dos funks - sim, porque baile de carnaval não toca marchinha ou sambas-enredos, já que faz tempo que eles morreram e deram lugar à música eletrônica e ao também maldito funk carioca - foi sensualizar em meio à carne embalada a vácuo, para delírio dos açougueiros.
Com um vestido longo, porém justo e transparente, uma jovem de 40 anos estava com as costas à mostra e um decote até o umbigo - não é hipérbole, acreditem! -, com direito a seios igualmente à mostra. Só não teve mamilos de fora!!
Também fez sucesso a loirinha com mais de 30 usando o shortinho vermelho da sobrinha de 12 e a blusinha três números menores que o dela.
Ou o rapaz sem camisa que escolhia pão, queijo e presunto sem camisa, exalando suor e cachaça de ontem à noite.
Todo mundo tem o direito de ser e estar como quiser, mas eu também tenho o direito de pensar tudo isso que está aí. E as favas os comentários do tipo careta e conservadora, não sabe lidar com a sexualidade, tem vergonha do corpo, blá, blá, blá. Tô andando...
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